Nossas pequenas influências

Quem não tem uma conta numa rede social hoje? Raríssimos os casos, provavelmente seus avós já devem ter e são ativos e diaristas no sistema. Como eles se sentem em toda essa piscina de conteúdo, cheia de revolucionários e gozadores da liberdade. Livres para falar o que quiser, como quiser, quanto quiser e para quem quiser.

Me parece que hoje as redes sociais se tratam disso, em termos gerais. Um ambiente cheio de revolucionários da razão e de verdades. Atacando a bem entender sem qualquer experiência, bom senso ou dedicando o mínimo tempo para análise das palavras ou fatos. Sem qualquer parada para tentar enxergar o outro lado da história. O que move aquele fato, qual a influência de suas palavras, ou em como você vai criar uma linha de discussão sobre aquele conteúdo. Geralmente não sou de ficar atacando ninguém publicamente e, como minha esposa diz, tento ver sempre o lado bom de tudo para tentar compreender o ser humano na suas várias facetas. Mas é verdade, tento ao máximo observar o por que daqueles comportamentos, sejam positivos ou negativos, e também saber a origem deles, pois é destas diferenças que compreendemos o próximo.

O que é mais importante em um fato, culpar um jovem por ele estar armado ou entender por que ele está precisando ou querendo andar armado? Buscar fazer seu filho parar usar de drogas ilícitas ou buscar o motivo para ele optar em usar essas drogas? Em tudo há um problema profundo que frequentemente vamos ouvir a frase “Ah, mas aí é difícil demais.”. CERTO. E se fosse seu filho? Ou sua mãe? Não seria mais confortante saber que eles nunca mais teriam que passar por uma situação dessas?

Volto então para o que está acontecendo nas redes sociais. Um massa quase infinita de pessoas apontando dedos para problemas bem óbvios, que incomodam muita gente (Assim como o elefante), mas que se recusam por um momento em sentar, observar e analisar os fatos. Buscar a origem, para então dizer, – poxa…eu faço parte do problema. Apontar o dedo e ficar repetindo não vai resolver.

Sempre devemos pensar bem quando iremos comentar, compartilhar ou curtir algo na internet, cada movimento nosso faz parte de algo maior, uma rede de influência e colaboração. Cada atitude sua vai somando e influenciando outros. Todos tem direito a ter uma opinião, mas mais ainda temos o dever de ser cidadãos conscientes de que todos estamos no mesmo barco; independente de cor, classe social ou origem geográfica. A rotina que todos temos que curtir algo ou compartilhar ficou quase como algo supérfluo. Sinceramente, pense bem, você já analisou qual a influência de algo que tem 2 curtidas ou 1000 curtidas (seja qual for a rede social). Já parou para analisar em como aquilo vai definir um perfil de grupos e tribos? Alguns falam que curtir ou compartilhar uma publicação de uma criança com fome não vai resolver a fome no mundo, VOCÊ TEM CERTEZA DO QUE ESTA FALANDO? Se estivermos falando em resolver imediatamente, creio que tem razão, não irá. Mas em termos de influência e definição de comportamento em massa, será que uma publicação que passou por um envolvimento maior do público não tem seu poder?

Jamais pense que pequenas atitudes não fazem diferença, oferecer um copo d’água ou um lanche para alguém que está trabalhando sob sol nas ruas não é vergonhoso, é mudar o futuro da nação com pequenas atitudes positivas. Uma espécie de corrente do bem.

Seja colaborativo também no mundo real. Curtindo, compartilhando e tecendo bons comentários. Tem muita gente querendo ouvir e precisando ouvir.

 

Foto: DVIDSHUB (https://www.flickr.com/photos/dvids/) – Simple American Donations Add Sole to Airmen’s Afghan Mission

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